Todos os dias Joaquim traz uma coisa da escola: uma florzinha, um desenho, uma pedrinha.
Demorei para entender que é a forma que ele tem de dizer: mamãe, senti tua falta, te amo.
As professoras no início do ano, também demoram: – Joaquim, o que você está catando no chão? Você vai se sujar.
E eu, todos os dias, fico aguardando o que vou encontrar na mochila.
Hoje foi um croissant de chocolate.
Eu perguntei: sobrou o lanche da escola, Joaquim? – Não, mamãe, não teve recreio, estava chovendo, então eu peguei na cantina para você.
Em segredo, todos os dias, aguardo para ver o que o fez lembrar de mim.
Um doce, uma plantinha, não importa. O que vem na mochila é um pedaço do meu coração.
Ana Luisa Zago
Inteligência artificial e direitos humanos
A obra é resultado dos estudos realizados pelo Grupo de Pesquisa sobre Direito à Mobilidade Humana e Decisões Tomadas por