Li esses dias que o Brasil não produz chips, tampouco semicondutores, e que as plataformas utilizadas pelas Universidades para armazenar suas pesquisas são estrangeiras.
Colonialismo digital, chamam.
Soube também que os projetos para produção de semicondutores e chips no Brasil ficaram todos inacabados.
Terminou o orçamento e não entregaram, disseram.
Foi o ano fiscal: no outro ano, não houve orçamento para o projeto.
O coordenador teve que mudar para Singapura com a família, alguns pesquisadores conseguiram bolsas nos Estados Unidos e na Europa, e o auxiliar administrativo “virou” Uber.
Uma jornalista tentou pautar o tema na grande mídia, mas os trending topings do Twitter eram sobre política, religião, gênero e racismo.
Se não tiver ódio não vende, disse seu Editor-chefe.
“Mas não é o colonialismo digital que está pautando essa polarização toda? Se não tivermos tecnologia para contrapor vamos virar fantoches!”.
Nisso ela viu as cordinhas movendo os braços do editor, e pensou que é mais fácil vender ódio mesmo.
10 de novembro de 2024
Ana Luisa Zago de Moraes